terça-feira, 31 de maio de 2011

Onde dormimos: Hostal Le Foyer

A escolha da hospedagem em Arequipa foi trabalhosa. Nenhum dos hotéis low-cost que estávamos dispostos a pagar nos convenceu muito. Tínhamos dúvidas quanto à qualidade do Hostal Le Foyer, mas como ele estava bem avaliado no tripadvisor e o valor da diária era convidativo, resolvemos arriscar.

A primeira impressão que tivemos não foi muito boa: o hostal fica situado no andar superior de um restaurante, não possui uma recepção muito agradável (ao contrário do que diz o Guia Criativo para O Viajante Independente na América do Sul) e era necessário esperar alguns segundos para que algum funcionário abrisse o portão da entrada (ele permanecia trancado todo o tempo). O quarto tinha também um tamanho bem reduzido (principalmente o banheiro).

Mas esses probleminhas foram compensados pelo prestativo atendimento dos poucos funcionários e pela privilegiada localização, a apenas duas quadras da Plaza de Armas e perto de todas as atrações da cidade.

Como o hostal não oferecia café-da-manhã, comíamos sempre no restaurante turco do andar de baixo (aquele que implicamos logo que chegamos hehe). Foi uma opção gostosa, barata e diferente.

Se fôssemos uma segunda vez em Arequipa provavelmente gastaríamos um tempo maior na internet procurando um outro hotel.

Valor da diária para casal: US$ 25,00 (reserva feita através do site Lonely Planet)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Nazca

Chegamos à tarde na rodoviária de Nazca e já fomos direto para o mini-aeroporto da cidade, onde negociamos o valor do sobrevoo das Linhas de Nazca.

As Linhas de Nazca constituem um dos maiores mistérios da arqueologia. São um conjunto de dezenas de geoglifos (desenhos ou formas geométricas feitas no solo) e foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1994. Estima-se que os desenhos tenham sido criados entre 400 e 650 d.C. pela cultura pré-inca nazca, civilização formada antes de Cristo. As teorias sobre o seu propósito são diversas: calendários astronômicos e agrícolas; sistemas de irrigação; caminhos para cerimônias religiosas e/ou rituais para convocação de água...

Nos passeios oferecidos pelas companhias autorizadas a sobrevoar a região, é possível visualizar 13 figuras com tamanhos de até 300 metros. Dentre as mais significativas; o astronauta, o macaco, a aranha, o colibri e o cachorro. Optamos pelo voo com duração de 35 minutos o qual o piloto dá duas voltas em cada desenho, possibilitando que todos os passageiros tenham a visão total dos mesmos.

Mapa dos geoglifos principais

Estávamos um pouco apreensivos antes do voo, pois uma aeronave havia caído 3 dias antes ao fazer o trajeto, matando quatro turistas britânicos e 2 tripulantes peruanos.

E o voo não é dos mais tranqüilos não. Os aviões são bem pequenininhos (monomotores) e sacolejam bastante. Felizmente, a vista lá de cima é impressionante; uma planície gigante toda rabiscada com desenhos incríveis. Uma pena que as fotos não tenham ficado tão nítidas.

Fotos copiadas do site culturaperuana.com.br

 
A empresa que voamos foi a AeroParacas, uma das mais recomendadas na internet.

De volta ao aeroporto, pegamos um táxi e fomos conhecer o Cemitério de Chauchilla. Neste cemitério arqueológico, estão diversas tumbas e múmias expostas em seu local original (literalmente no meio do nada). Apesar de as riquezas materiais, enterradas junto aos corpos, terem sido roubadas por saqueadores no início do século passado, as múmias permanecem preservadas e seus cabelos seguem totalmente intactos. Impressionante o conhecimento que a civilização nazca tinha sobre técnicas de mumificação. Passeio imperdível!


Ainda tivemos tempo de visitar os Aquedutos de Cantalloc, canais subterrâneos construídos pelos nazcas para levar a água das lagunas das montanhas para as redondezas, irrigando uma das regiões mais áridas do mundo. Os aquedutos funcionam em perfeito estado até os dias atuais.


Antes de partir para Arequipa em um ônibus noturno (22h00), aproveitamos o tempo que nos restava para jantar em um restaurantezinho não muito digno de nota, situado em frente à estação.

Nossa visita à Nazca foi rápida, mas bem proveitosa. Optamos por não pernoitar na cidade porque, em nossas pesquisas, lemos que os 3 passeios que fizemos eram os únicos grandes encantos da região.

Não nos arrependemos. O lugar serviu de um belo pit stop antes de seguirmos em uma viagem longa, em direção ao sul do Peru, e a cidade em si nos pareceu suja e não muito segura, não justificando um tempo de permanência maior.

sábado, 21 de maio de 2011

Islas Ballestas e Reserva Nacional de Paracas

No dia 04/10, madrugamos para pegar a van que nos levaria à Península de Paracas. Chegando lá, tivemos uma surpresa: alguns pelicanos vieram dar as boas-vindas.


Embarcamos em um pequeno barco em direção às Islas Ballestas, um dos maiores santuários de vida marinha do mundo, com uma quantidade impressionante de lobos-marinhos, pingüins e cormorões; além de uma grande variedade de aves.

Os animais estavam mesmo dispostos a nos recepcionar bem, pois vários golfinhos acompanharam o barco durante o trajeto.


Alguns minutos depois, avistamos El Candelabro, um enigmático geoglifo de 120 metros, desenhado em uma duna. Sua origem é desconhecida (acredita-se que tenha relação com as famosas Linhas de Nazca) e o curioso é que o desenho se mantém intacto até hoje, mesmo com as ações do vento e da chuva.


Chegando nas ilhas, vimos alguns pingüins, uma infinidade de aves e pelicanos, e muitos lobos-marinhos. Ver estes últimos totalmente esparramados nas rochas foi algo muito especial. Os lobos-marinhos conseguiram mudar todo o nosso conceito de preguiça.

Milhões de aves ao fundo

O tempo não ajudou muito, pois o céu estava nublado e o vento, congelante. Mesmo assim, o passeio foi maravilhoso e aguçou ainda mais o nosso sonho de conhecer Galápagos, no Equador.

De volta à terra firme, seguimos com a van para a Reserva Nacional de Paracas. A esta altura, o sol já havia aparecido e o céu estava totalmente azul.

A reserva fica no deserto costeiro de Ica, abrange uma área de mais de 300 mil hectares e visa a preservar uma amostra significativa do ecossistema peruano, formada por deserto e mar.

Depois de uma breve explicação do guia na entrada da reserva, nossa primeira parada foi no mirador da Catedral, uma grande formação rochosa formada pela erosão causada pelo vento e pelo mar. Hoje em dia, restam apenas alguns pedaços da Catedral, pois parte da rocha se soltou por conta do forte terremoto ocorrido em 2007. Mesmo assim, a vista a partir do mirador é impressionante.


Fizemos algumas paradas para contemplar aquele cenário lindo e caminhamos também até um mirador para observar um grupo de flamingos que se alimentava nas margens do oceano.


Aproveitamos para almoçar em um dos restaurantes situados dentro da reserva e fizemos novos amigos: os pelicanos. A comida estava excelente e foi uma das melhores de toda a viagem: comemos camarão e linguado grelhado, ambos servidos com arroz e batatas fritas.


O passeio na reserva valeu muito à pena. Ainda mais porque acabou sendo um tour exclusivo: éramos os únicos na van e o guia Juan José foi muito simpático e atencioso.